De acordo com a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), a facção Povo de Israel (PVI), alvo da Operação 13 Aldeias, deflagrada nesta terça-feira (22/10), surgiu há 20 anos após um conflito entre grupos rivais no presídio de Água Santa (RJ).
Hoje, a organização criminosa, que tem base no Presídio Nelson Hungria (Bangu 7), conta com 18 mil integrantes, sendo que a maioria está encarcerada em uma das 13 unidades prisionais do Rio de Janeiro, chamadas pela facção de “aldeias”. Estima-se que esse número representa 42% do efetivo prisional do estado.
Uma das principais ações do PVI é o golpe do falso sequestro quando, de dentro de uma cela, o preso liga para números aleatórios e finge ser um parente de quem atendeu. O bandido passa a exigir um resgate para liberar a falsa vítima.
A polícia estima que a quadrilha movimentou quase R$ 70 milhões em dois anos. A investigação, que durou 10 meses, identificou, ainda, esquema de lavagem de dinheiro por meio de laranjas e empresas fantasmas que abasteciam a quadrilha.
O grupo teria ramificações no Espírito Santo e em São Paulo, onde integrantes são responsáveis por movimentar os valores em contas bancárias. Ainda segundo a polícia, o Povo de Israel não tem relação com o Complexo de Israel, conjunto de favelas na zona norte do Rio que é dominado pelo Terceiro Comando Puro, a 2ª maior facção do tráfico do Rio, atrás apenas do Comando Vermelho.
Os agentes cumprem, na primeira fase da operação, 44 mandados de busca e apreensão, além de bloqueio de contas correntes e ativos financeiros de 84 investigados. Cerca de cinco policiais penais foram afastados da função pública após envolvimento com a facção.
As diligências ocorrem em Copacabana e Irajá, na capital do Rio, e nos municípios de São Gonçalo, Maricá, Rio das Ostras, Búzios e São João da Barra, assim como no estado do Espírito Santo. A Polícia Penal também efetua ações nos presídios onde estão as lideranças da facção.
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